Fim

04 de junho de 2014

Quando soube que a Fernanda Torres tinha lançado um livro (e ela fez uma bela maratona de divulgação, foi em quase todos os programas de televisão!) eu fui correndo comprar. Sou muito, muito, muito fã dela. Da atriz. Das escolhas que fez na carreira. Da mulher. Tudo que li ou assisti sobre ela sempre foi impecável e agregador.

E ainda nasceu filha da musa maior do planeta, né? Fico pensando nas longas conversas mãe-e-filha durante toda uma vida… Queria ser uma mosquinha para testemunhar qualquer bobagem que fosse. A escolha da pizza do domingo, sabe assim? Coisas de fã apaixonada… Pelas duas, no caso!
Agora voltando para o livro da Fernanda filha! Como disse corri para comprar o meu. E devorei. Li em três dias. Já faz tempo até, foi no meio de uma viagem de final de semana que deixei para escrever para gente na volta e acabei esquecendo.

Hoje, organizando meus livros em casa, achei FIM e me dei conta que deixei passar sem escrever sobre ele aqui. Vacilo! Que corri para corrigir! 😉

A-d-o-r-e-i o livro. Adorei encontrar uma nova Fernanda. Nova Fernanda soa meio clichê, né? Mas não arrumei nada melhor para explicar… A real é que senti uma honestidade gigantesca e despudorada da parte dela, sabe? Liberdade na escrita. De colocar para fora. Uma coragem mesmo. Toca na ferida sem medo. Incomoda. Esfrega na nossa cara o desconforto com poesia. Será que tô conseguindo explicar? Tomara que sim…

Tem humor, mas tem uma enorme melancolia e uma desesperança também. O título refere-se ao FIM da vida. A morte. Li pela internet ela dizendo: “Acho que é fruto da consciência da morte que você tem aos 40 anos. Eu vi pessoas jovens, amigos, nesse período morrerem, perderem a vida.”.

São cinco capítulos e um epílogo. Cada capítulo leva o nome de um dos também cinco personagens. Cinco velhos amigos – Álvaro, Sílvio, Ribeiro, Neto e Ciro – cariocas, que viveram o desbunde sexo, drogas e rock’n’roll no Rio de Janeiro dos anos 1970 e agora se encontram à beira da morte, fazendo o balanço de suas vidas, casamentos e separações.

Aí, li em outro lugar Fernanda falando mais isso aqui: “A impressão hoje é de que não vou conseguir escrever outro livro. Parece que foi psicografia. Acho que esses cinco velhos existiram mesmo, e eu apenas escrevi o que eles me mandaram. Num dado momento, os personagens agem sozinhos, começam a ganhar vida própria. Esse é o maior barato de escrever”.

Entendo super o que ela diz… A cada crônica que finalizo (com toda a humildade na comparação, peloamordedeus!) sempre sinto que não conseguirei uma próxima. Que não vai agradar. Não vai sair… Muito louco. E na mesma entrevista li também ela dizendo que as vezes lê trechos do livro que não lembra de ter escrito por já fazer muito tempo e se interessa, acha bom. Também já senti isso algumas vezes… Quando pego as primeiras crônicas que escrevi por aqui e elas fazem muito sentido para mim! Enfim… Perdoem a comparação! Mas me identifiquei muito com as colocações dela. Coisas de quem gosta de escrever… De quem experimenta escrever. Se experimenta. Sei lá… Deve ser isso!

E já tô saindo do assunto de novo, né?! Ui…

Livrão! Gostoso. Faz rir. Faz chorar. Faz aliviar. Faz pensar. Não foi a toa que vendeu horrores. E segue vendendo.

Belíssimo começo esse Fim, perdoem também o trocadilho inevitável! 😉

Agora é torcer para ser o primeiro de muitos…

A gente agradece!

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Curta - Julia Faria

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